ESPERANÇA ONTOLÓGICA
ESPERANÇA ONTOLÓGICA
A esperança é uma dúvida, uma dádiva,
Dada aos sonhos do futuro?
Um labirinto incerto e denso,
Um enigma no escuro ?
Se o muro da cobiça
Divide o mundo desigual,
No fundo, o sonho de justiça
Será escudo contra o mal ?
E o grito mudo da incerteza,
Aflito, perde a sensatez,
A violência traz tristeza,
E a paz espera a sua vez...
Mas não se cansa a esperança
De encontrar a luz que acalma,
Na cruz que verte e não se alcança,
Enquanto o sol se põe na alma ?
Ah, quando as lágrimas se vão
No mar do sonho virtual,
Vê-se toda a comoção
Na esperança, essa imortal !
E, assim, procuramos a verdade
No templo único da paz,
Enquanto a esperança, eterna, invade
Nossas vidas de mortais...
Mas, enfim, há quanto tempo
A esperança tem notado
O mundo injusto e turbulento,
E o ser humano atordoado ?
Ah, esperança: uma dúvida, uma dádiva,
Dada aos sonhos do futuro?
Um labirinto incerto e denso,
Um enigma no escuro.
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 26/04/2008