REFÚGIO
A arte é um refúgio lídimo da humanidade,
Como um templo que acolhe todo coração:
É toda imensidão do próprio amor que invade
Toda a nossa alma, em sonhos que se vão...
E quando a solidão vier fazer morada
Em cada verso simples de tristeza, apenas,
Sejamos como o vento de uma fé que brada
Toda a tempestade de emoções, centenas !
Pois nas dimensões de cada breve vida,
Muitos sentimentos percorrem nossa mente,
No ar incongruente que o tempo te elucida,
Sonho que abriga o caminhar da gente !
Não há, portanto, perfeição na história,
Lenda e glória só nos trazem ilusão,
O que há na matéria, frágil e tão simplória,
Que não seja efêmero na solidão ?
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"Versos! Versos! Sei lá o que são versos…
Pedaços de sorriso, branca espuma,
Gargalhadas de luz. cantos dispersos,
Ou pétalas que caem uma a uma."
Florbela Espanca (1894 - 1930)
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 26/03/2008
Alterado em 27/03/2008