De nada adianta fazer do céu
Um mero rótulo do infinito,
Se, com esmero, grito
Sem direção nem véu...
Tampouco adiantaria o tempo
Ouvir na vida a insensatez mundana,
Na lida, vale quem de fato ama,
No profundo sol e, assim, no sentimento !
Não percamos, portanto, o sonho,
No deserto em pranto a diluir a vida,
A rir da lida no verso mais tristonho,
Universo em réquiens de uma luz perdida...
E se tivermos fé além das aparências,
Como o sonho quer no tempo que elucida,
Veremos que o amor, além das turbulências,
Transformar-se-á em alma, enaltecendo a vida,
Como o próprio mar, sem calma, na cadência
Do que seja o tempo que o amor abriga.