O QUE APRENDEMOS?
Já não sabemos onde guardar a saudade
De algo maior que não fomos, sem nome,
Neste misterioso livro da vida,
Ultrapassando os dias em silêncio,
Feito pássaros voando no infinito dos sentimentos,
Nesses fins de ano que passam velozes, vorazes,
Diluindo memórias de outros anos passados,
Na esperança eterna de futuros anos melhores...
Já não sabemos onde guardar nostalgia, paz e veracidade,
Distraindo-nos em labirintos de redes sociais,
Lembrando-nos das crianças que éramos e que moram em nós
E das crianças que moram lá fora, esperando presentes reais
De uma sociedade monetária, de aparências digitais,
Famintas de amor, de presença e de afeto real,
Nesse mundo cada vez mais virtual,
Que sempre vende a esperança de "feliz ano novo",
Na ânsia infinita de lucrar e "ter" sempre mais,
Mas sem ensinar, no fundo, como "ser" realmente feliz,
Como "ser" algo além de ilusões desse mundo que mente,
Atroz, na alegria aparente, por mais ou por menos,
Mas sábio é quem reconhece seus limites, erros, e diz:
Precisamos "ser", amar e aprender, e não apenas "ter" e "parecer",
Enquanto celulares vivem atônitos, talvez muito mais do que nós,
Filmando tudo e todos, a cada veloz amanhecer,
Na superfície efêmera e eloquente de tantas imagens,
Mas, de fato, humanamente, o que aprendemos?
Fonte das Imagens - Pinterest: 15 Ilustrações brutalmente honestas que mostram o quão doente está a sociedade atual
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