OLHOS DA VIDA

Olhos da vida vasculham imagens de sentido,

Pelo desvão das horas no silêncio que há

Entre o sim e o não do mistério contido

Na profundidade indelével de cada simples vagar?

Olhos do tempo buscam outras lembranças,

Talvez outras danças do vento que for

Colorindo memórias, tecendo esperanças

De que haja, no fundo, algum resquício de amor...

Hoje, talvez o amanhã olhe para trás

E desvele essa vã ou leve memória de tudo

Na versão breve ou simplória de algum anseio de paz!

Mas olhe também para o lado exultante,

Entre erros e acertos, ecoa na alma um grito tão mudo

Que lhe ensina outro olhar para os barcos do instante.

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