UM RISO PRESO
Um riso preso impetrou habeas corpus à vara da vida,
Pedindo ao tempo infeliz para sair do banco dos réus,
E, na ditadura da dor, o juiz Lamento negou sua lida,
Mas, então, recorreu, pedindo liberdade aos céus...
Esse riso foi acusado de desacatar o cinismo e a maldade,
Condenado por injuriar a autoridade da arrogância feroz,
E na injustiça covarde que aos homens invade,
Foi banido do acaso e preso mais tarde em celas tão sós!
E, assim, impetrou habeas corpus à veloz vida que arde,
Mais tarde, caluniado pela hipocrisia de todos, esse riso lutou,
E recorreu, entre as lágrimas, ao tribunal da verdade...
Assim, a advogada esperança conseguiu alvará de soltura,
Libertando, enfim, esse riso da prisão, na doente ditadura da dor,
Quando saiu livre e contente, no amor, estendendo a mão para a cura.
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