VALOR HUMANO: ser, ter ou fazer?

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Mãos Do Homem E Da Mulher Que Se Aproximam. Compaixão Solidária E Resgate De Caridade. Dar Uma Ajuda Foto de Stock - Imagem de salvamento, amigo: 217855824

VALOR HUMANO

Nosso valor humano intrínseco não está condicionado ao cumprimento de tantos padrões externos de performance e de aparências em uma sociedade utilitária, que tanto usa as pessoas e objetos, e depois costuma descartá-los quando não são mais convenientes, úteis ou agradáveis em muitos contextos. Em uma sociedade hipócrita que supervaloriza o "ter", o "fazer" e o "parecer", onde fica realmente o "ser" humano?

Se condicionarmos nosso valor sempre ao cumprimento de expectativas externas de desempenho e de padrões sociais, caímos numa armadilha, pois isso não tem fim. Ainda que se tenha tudo, o que é difícil, sempre haverá mais a ser feito ou conquistado, em tantas circunstâncias passageiras. Quanto mais tentamos fugir de nossa condição humana sensível, dependendo de aprovações externas circunstanciais, para nos provarmos "fortes" aos olhos dos outros, mais erros tendemos a cometer e mais problemas podem surgir, em ciclos sem fim da insatisfação mundana, que muitos chamam de "corrida dos ratos".

Roda de Ratos: como fugir dela? - Financial Move

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Essa corrida material tende a constituir um ciclo incessante. É preciso saber a hora de trabalhar e a hora de parar. É preciso discernimento para respeitar os limites de cada um e as diferenças. Para cada suposto êxito ou cumprimento de expectativa externa, existem novas demandas incessantes. Os verbos "ter, fazer, parecer", entre outros, passam entre os ciclos do tempo, mas o que se pode refletir sobre o "ser"? O seu valor como ser humano está no próprio "ser", sem esse alicerce fundamental, as demais decorrências de sempre "ter, fazer e parecer" ficam muito frágeis, voláteis e oscilantes. Somos seres humanos, e não "teres" humanos ou "fazeres" humanos.

O "ter", o "fazer" e o "parecer" vâo e vêm, em muitos altos e baixos, na saúde ou na doença, na alegria ou na tristeza, entre infinitas dualidades mundanas. Muitas pessoas tendem a se usar e se explorar a si mesmas na compulsão de cada vez mais terem, fazerem e parecerem em vários contextos efêmeros. Mas o "ser" está muito além de padrões utilitários hipócritas de uma sociedade consumista e frenética, tendendo a gerar um cansaço coletivo constante, uma compulsão por sempre ter ou fazer, numa insatisfação cíclica e sem fim.

Nesta sociedade de compulsão, todo... Byung-Chul Han - Pensador