SINCRONICIDADE, ACASO OU SUPERSTIÇÃO?
Por Juliana S. Valis
Um dia poderemos estar
Frente a frente ao acaso,
Esperando que algum milagre
Eventualmente nos salve
De nós mesmos...
E, ainda que não tenha lógica,
O mapa perfeito da vida continuará náufrago
Nas ilhas de alguma utopia incerta,
Por vezes, inquieta ou célere como o tempo,
No ressentimento social como ferida aberta,
Outras vezes, real como a fome
De afeto, de comida, de teto,
De qualquer coisa que seja humana
E, paradoxalmente, divina!
De toda sorte, a vida é incerta,
Cruzando com os mistérios de outras vidas,
De perto ou de longe, quantas ideias e sonhos
Continuarão, no mundo, distantes?
Talvez errantes na contingência das eras,
Como futuras estrelas ecoantes
Voando pelas galáxias no universo...
E, assim, quando estamos bem,
Cultuamos nosso sol, nosso ego,
Quando estamos mal, culpamos alguém,
Algum delírio da vida e do mundo,
Algum místico infortúnio sem rumo
Que veio nos atravessar?
Mas dizem alguns que não existiria "acaso",
E que tudo tem sincronicidade, sentido e lugar,
Já outros dizem que o misticismo seria raso,
E que nós fazemos a vida funcionar,
De um lado, o critério instigando os céticos,
De outro, o mistério onde a divagação chegar!
Assim, talvez a conclusão da alma
Seja a humana contradição,
O paradoxo da emoção sem calma
E da razão sem freio,
Buscando algum meio termo
Entre a ilusão e a realidade,
Entre a intuição que invade
Os mistérios da vida, do amor e do mar,
Entre relógios surreais voando na produção das horas,
Além dos tantos impostos que se vão no mundo,
Que pouco ou nada nos deve, no fundo,
Mas quase tudo não hesita em cobrar.
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