LEVEZA TRANSCENDENTE

Por Juliana S. Valis

Fechei os olhos por um só momento

E senti um sonho voar na estrada,

Deixando a mente viajar no tempo,

E como nada fui, não me apeguei a nada,

Não me apeguei ao "ter", que se desfaz no vento,

Não me apeguei ao mundo, nem ao que ele brada,

Não quis ser cópia, nem a passo lento,

Dessa mesmice que a "civilização" nos brada,

Pudera ser um pássaro, no livramento

De voar além de cada encruzilhada...

E, ecoando os céus, restou esse pressentimento

De que ser livre é uma questão de calma,

É não se prender a padrões do tempo,

É ultrapassar as linhas de uma palma,

É sonhar sem medo, em cada pensamento,

É deixar voar um pássaro que se chama "alma",

Sem roteiro exato ou ressentimento:

Dançando ao vento, além de tudo e nada.

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