NÃO IREMOS
por Juliana S. Valis
Não iremos agradar a todos,
Por mais que soe evidente,
Ainda que façamos tudo "certo",
Não há nada que de longe ou de perto
Seja unânime em olhares e lodos
De inatingível perfeição...
Não, não iremos sempre agradar
E não é preciso,
A coragem de ser autêntico no olhar
Pode ser mais profundo, indeciso,
E, talvez, em tudo o que há
De instigante, reside o mistério humano,
Que nos faz navegantes de nós mesmos,
Rumo ao infinito de nossos sonhos,
Voando entre as páginas desses livros do tempo!
Assim, é preciso deixar que essas páginas voem
E ganhem sua própria voz, por menos ou mais,
Sem pretensão ou receio de não agradar,
Pois os gostos são tão vagos e sazonais,
Flutuando em mares de interpretações no olhar,
Que tantas obras classificadas como "horríveis"
Foram, muitos anos depois, lidas como "geniais",
Entre rótulos que encheram bolsos alheios,
Além de fins e meios de suposta paz,
Além de olhares felinos de tantas cores e devaneios,
Além de toda opinião, loquaz ou voraz,
A criatividade, nossa melhor amiga,
Muito sentido e alimento nos traz,
Além das cores mutáveis de cada olhar fugaz.
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