CLARÃO DE SONHOS
O mundo é um porto injusto de dores,
No clarão de sonhos que se vão assim
Diluindo o âmago dos dissabores
No triste véu das cores como um mar sem fim...
E o que há de estúpido em cada ato,
O que há de frívolo em cada breve dia,
Torna-se incongruência do que seria exato
Em cada simples lágrima, nessa noite fria...
Ah, cais perdido das parcas aparências,
Onde haverá, de fato, a mais sublime luz
Que conduz amor além das turbulências,
Além da dor humana que essa vida induz ?
Pois em cada labirinto que no mundo existe,
Pelas ruas tantas do profundo amor,
Eis que o tempo hoje passa triste,
Procurando, assim, algum sentido em cor...
E quando, apenas, vemos sombras sós
Do que seriam emoções sem calma,
Os corações naufragam, cá, em nós,
Suplicando luz ao próprio céu da alma.
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 21/10/2007