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CAIS DA ALMA
Juliana Valis



Não me perderei no desvão do infinito,

Meu coração é um rio que flui sem calma,

Numa profusão de luz em cada céu aflito,

Transbordando o amor no próprio cais da alma...



E se, em paz, o sonho ri do que é verdade,

Numa tempestade de vagas ilusões,

Deixarei que o tempo, na simplicidade,

Mostre a realidade, em luz, dos corações !



Não acusarei, tampouco, a só tristeza

Do que seja a dor nesses versos sós,

Assim, tão dispersos numa angústia presa

Ao próprio enigma do que somos nós...



Humanamente, vejo sempre a indelével cor

Que nos impele ao lídimo e profundo cais,

No mar fecundo que se chama amor,

Muito além da dor que todo o mundo traz...



E, assim, a vida perfaz seu rito,

Pelos labirintos tênues de emoção em chama,

Em versos de paixão tendendo ao infinito

Do próprio coração que humanamente ama !



Por tudo isso, ouça o sentimento,

Em notas da canção que sempre nos acalma,

Na própria sinfonia que nos traz o vento,

Enaltecendo o amor, enfim, no cais da alma. 



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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 20/10/2007
Alterado em 20/10/2007
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