O GRANDE TEATRO DO MUNDO


       O mundo é um grande teatro injusto de aparências. Observa-se que muitos atores passam, os palcos e as tecnologias mudam, mas a maioria dos enredos continua girando basicamente em torno de três pilares que se complementam:  

1) a concentração abusiva de renda e de vários outros recursos nas mãos de uma minoria, que sobrevive à custa da miséria de milhões de pessoas, em diversos lugares do mundo;
2) a supervalorização de conceitos como poder, imagem, fama, status, e luxúria a qualquer custo, entre outros;
3) a reprodução de antigos preconceitos, sob novas roupagens, num ciclo de injustiças que se perpetuam sem limites, seja de tempo ou de espaço.

     Em síntese, esse teatro, para os pouquíssimos abastados, parece um grande parque de diversões ou, quem sabe, uma comédia tragicômica. Para outros, mais otimistas, pode ser até uma escola, mas que cansa à exaustão, pelo excessivos testes de iniquidade. Entretanto, para muitos indivíduos, nada mais é do que um grande hospício, onde os doentes falecem diariamente, muitas vezes, sem saber que o são, vivendo como fantoches, em troca de pão e circo.

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