PERMITA-SE
PERMITA-SE SER
Permita-se apenas ser Ninguém às vezes,
Liberte-se da hipocrisia produzida em massa,
Deixe aquele Alguém preso às aparências
E às fachadas em seu próprio canto,
Deixe o coração vagar sem rumo pelos ares,
Como sombras de olhares que se cruzam,
Como ondas nos mares de uma alma em paz...
Sim, permita-se ser Ninguém, às vezes,
Mergulhe nas coisas serenas que só o desapego traz,
Sem olhar pra trás, apenas refletindo,
O que nós, desde crianças, vamos sempre ouvindo
A mesma ladainha há séculos repetida:
Você tem que ser "Alguém" nessa breve vida,
Alguém que tem poder, fama, riqueza,
Alguém com rótulos sociais à mesa,
No teatro de aparências que esse mundo faz...
Mas, no fundo, Alguém é livre para ser, de fato,
Algo além de ter tantas embalagens ?
Tantas maquiagens para nada exato
Que Ninguém pergunta se tudo é uma miragem,
Procurando um modo de ser mais sensato,
Sem morrer na alma, e sem viver à margem.
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 27/06/2019
Alterado em 27/06/2019