TEMPLOS DE VERSOS
Juliana Valis
Se soubesse a verdade, poderia dizê-la,
Na manhã que renasce como só tempestade
Do amor que brilhe, leve, feito estrela,
Na vida breve, verso que me invade,
Assim, disperso, na ilusão de vê-la...
Se houvesse sempre luz pelos túneis sós
De dores tão humanas quanto o mar da vida,
Talvez o sonho intrépido, na ilusão veloz,
Pudesse transcender o mundo que elucida
Tão profundo tempo transbordando em nós !
Mas quando veremos, frente a frente, a sorte ?
De repente, a vida se torna labirinto,
E todo véu de toda dor que sinto
Deleita-se como céu a sucumbir na morte...
Se soubesse o sentido exato da vida,
Deveria dizê-lo não apenas em versos,
Mas nos próprios caminhos que a paz convida,
Nesses ninhos de sonhos sempre tão imersos
Nos próprios universos do coração, na lida...
Rir do tempo, portanto, é asneira,
Pois tudo se esvai na proporção do nada,
E a estrada efêmera, breve e traiçoeira
Torna-se a própria vida quando o amor nos brada !
Ah, coração em templos de versos sempre sós,
Veja que a emoção transborda muito além da dor,
Bem aqui, no cerne de quem somos nós,
Entre corpo e alma, suplicando amor !
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 05/09/2007