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FLORESTAS CARDÍACAS




Corações são florestas que pedem vida,

Além das letras como vulcões de amor,

Na estrada que a alma já nos elucida

Na luz que brada, transcendendo a dor,

Florestas são frações da mesma cor perdida...




Eis a vida, sim, eis a vida nas profusões

De árvores como esculturas de sentimentos,

Nesses tantos galhos de nós, em sonhos, confusões,

Prantos que nos levam a voar com ventos,

Amando o vil segredo além das ilusões...




Mentir pra quê, se temos tanto medo ?

Quando o átimo do descompasso vem e nos atinge,

No passo lento que, assim, concedo,

Sem temer reflexos de nossa própria esfinge,

Pra que fingir, se temos tanto medo ?




Melhor admitir que a vida já nos rende
 
Aos labirintos de florestas tão emocionais

Que o amor nos olha e assim nos prende

Aos delírios dos sonhos, suplicando paz,

Suplicando luz às tempestades trôpegas

De nós, nas selvas que este mundo  traz... 




E não tenhamos medo do veloz começo

 

No fim de um tempo que se inicia aqui,

 

Quando a alma pede, no fundo,  mais apreço,

 

Suplicando amor ao sonho que sorri,

 

Eis o medonho véu do verso que conheço,

 

No céu disperso como a vida, em si !

 

 

 

O que dizer da vida, céus, o que dizer das vidas ?

 

Das vidas como labirintos de escarcéus em nós

 

No tempo mais veloz, nas rotas tão perdidas,

 

Florestas tão cardíacas de notas musicais e sós,

 

O que dizer da paz em almas ressentidas ?

 

O que dizer das lidas no verso mais atroz ?

 

 

 

Ah, versos que se perdem nos universos,

Ergam-se além das dores, das florestas cardíacas,

Suplicando amores, êxtases em nós dispersos,

Indelevelmente sós nas almas tão idílicas !


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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 02/09/2007
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