ARTIFÍCIOS
Juliana Valis
Artifício da vida é fazer-se luz
Entre obscuras dimensões do tempo,
No céu que vem e nos seduz,
Escarcéu de fogos neste vento
Chamado verso, além da cruz...
Artifício do sonho é fazer-se forte,
No ápice do edifício - amor, em nós,
Levando à alma ao mesmo norte,
Além da morte, a esmo, atroz,
Assim que o vento pede sorte
Ao sentimento mais veloz...
Céus, quais artíficios restarão
Nos resquícios das verdades tão mundanas ?
Indicíos de saudade em profusão,
Como verso que me invade em doses planas,
No disperso amor de um coração,
Artifício de fé, a quem tu amas ?
Em que alma sucumbe a solidão ?
Artifício do tempo é fazer-se enigma,
Além do vento que leva e traz a dor,
Em busca da cor que assim consigna
Lídimos fogos de sublime amor,
De sublime luz pra nos guiar na vida...
Inverso do átimo em desilusões mundanas,
Verso intrépido que conduz ao coração,
Artifício do mar, a quem tu amas ?
Em que alma sucumbirá a solidão ?
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