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REPENTINAMENTE
Juliana Valis




Apego-me repentinamente ao nada

Como vácuo de luz que clama por amor

Além da dor no verso que nos brada,

Assim, disperso, no que eu mesma sou



Revolto-me inocuamente em tudo

Nesse grito mudo que ecoa já na alma,

Nesse coração aflito como véu, escudo

De versos sós na dimensão que acalma



Céus, onde estará intrépida a minha face,

Além de todo impasse de apenas ser

Nada, além de tudo que nos abrace ? 



Hoje, queria apenas dissipar-me, assim,

Pedindo dia à alma neste entardecer ,

Suplicando noite ao verso que desabe em mim.


Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 04/04/2007
Alterado em 04/04/2007
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