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Juliana Valis



Amor não se mede

Por palavras, dias, anos,

Ou pela dor que nos cede

Tempo entre os desaganos,

Como vento além de toda alma...



Amor não se calcula,

Até no céu que acalma,

Quando o coração só pula,

Na escuridão da palma

Que a mão do sonho entrar...



Amor é verso em pleno mar,

E tão disperso quanto a luz,

Como universo a nos reinar,

Além do tempo que conduz

Vento e chama além de tudo...



Se o céu nos ama, nada é preso

Ao véu que clama sem escudo,

Suplicando luz ao tempo ileso,

Além da cruz de um grito mudo,

Se alguém nos ama, mar aceso,

Além do verbo, amor em tudo.



Eis que a tempestade de incerteza

No corpo invade o céu que brada,

Mas o amor, além da correnteza, 

Na firmeza etérea, além de nada,

Surge como bálsamo na alma ilesa,

Transcendendo a dor de toda estrada...



E, assim, o sonho nos seduz

No verso mais tristonho a caminhar,

Amor é chama que conduz,

Amor é verso em pleno mar,

E tão disperso quanto a luz,

Como universo a nos reinar,

Além do tempo, em seu escudo,

Além do sol que desabar,

Vento e chama além de tudo,

Eis que clama o verbo "amar" !


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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 11/03/2007
Alterado em 30/09/2007
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