SOPRO DE MÚSICA
Juliana S. Valis



Uma brisa de verão soprou em seus ouvidos,

E transformou em música o que era só delírio,

Diluiu no vento o que era só martírio

E escreveu no tempo sonhos nunca lidos...


Uma brisa de paz soprou em sua mente,

Transformando em música algo além do mundo,

Além de tudo que não vai em frente,

Além de nada que não é profundo...


E você voou pela orquestra do infinito,

Feito um pássaro que transcende os céus,

Feito um sonho que se torna um grito,

Ecoando na alma, além de tantos véus !


Bem, eu sei, o quanto lhe custou

Cada acorde nesse mundo frio

E cada nota escrita em prol do amor,

Sem retorno, ao crucial vazio,

Só sei que a paz é um sonho que voou,

Decifrando a vida que verte como um rio...


Sei, de fato, o que é sentir demais,

O que é discordar de tendências tão vazias,

E sei como você escreve melodias,  

Num sopro de música que procura a paz...


E quando, enfim, na alma, não restar certeza,

Quando a injustiça do mundo repercutir aqui,

Cante, em sua estrada, o sonho em correnteza

Da música etérea que lhe faça rir.

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