VEROSSÍMIL
Juliana Valis
Tudo é tão lúdico nesses becos sós
E tão verossímil quanto a lua cheia
Tudo é incerto como o amor que nós
Tivermos, perto, no clarão da ceia
Tudo é resquício de apenas nada,
Nada a dizer, nada a sentir, nada a declarar
Além dessa síncope de paz rimada,
Como ícone de dor bem maior que o mar
Não sei nem um terço do que posso ser
Ou não ser, apenas, como o vento for,
Só vejo em mim a sombra que olhará você
E, assim, de fato, talvez eu possa estar
Em seu olhar sensato de sublime amor,
Que transcenderá a dor do que seja o mar.
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 17/02/2007
Alterado em 17/02/2007