ETERNO ENIGMA
Juliana Valis
Não faças do amor
Um mar de falsas verdades,
Permitas que toda flor
Imersa em obscuridades
Possa desabrochar além da alma
Entendas que pode ser o amor, em vida,
Um terno vendaval sem calma
Um labirinto sóbrio e sem saída
Ou também um êxtase em toda palma
Da mão que nos concede muito além de flores
Por favor, não faças do amor redemoinho
De fardos, de queixas, dissabores
Perdidas como pássaros sem ninho
Sem asas, sem voz, sem cores,
Pássaros, enfim, que nunca voam alto
Faças do amor um céu onde as estrelas
Possam brilhar na freqüencia que a paixão emana
Nessa simples chama que durar por tê-las
Iluminando a alma de quem sempre ama
Faças do amor o mais nobre sentimento
E não queiras mascará-lo com delírio intenso
Nesta cor que penso além do vão momento
Como som que toca aquém do verso imenso
Afinal, amor se sente além da sombra humana
E da dor que emana toda solidão
Amor, enigma além de toda chama,
Esfinge que nos clama bem no coração.
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 07/02/2007