SEM RIMA
Juliana Valis
Prometo, não vou rimar
O terremoto da luz
Com o furacão da dor
Imersa nas paisagens sós...
Meu vício de rima
Não poluirá com a tristeza
Essa imagem límpida
E tão bela quanto a tempestade
Tampouco rimarei o mar
Com as ondas do meu fastio
E do meu pranto perdido, incauto,
Entre tsunamis de versos ilógicos
Sim, recuso-me a poluir imagens
E a denegrir sentimentos nos labirintos da vida
Recuso-me, porque sou ninguém
Diante do sol refletido nessas águas emocionais...
Assim, atrevo-me apenas a transcender
Todo átimo da dor já diluída nesta noite insípida
E quero, somente e nada mais, transpassar
O invólucro bêbado das aparências sóbrias
Até que eu possa, enfim, embriagar-me em versos.
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 04/02/2007