ATOS DA SOLIDÃO
Juliana Valis
No escuro,
A solidão me aperta
E me decreta
A sentença de prisão
No cárcere,
Pega-me a solidão
Até que a estrela transborde meu suor
Lá fora, onde vê-la sempre em vão
É delírio ou sombra do pior
Na noite,
Beija-me a solidão
Sem que me açoite
Este lábio de paixão
Desiludida no enigma preso em mim
Já no ápice do fim,
Crucifica-me a solidão
E apenas sento e choro, logo, assim,
Sem temer as noites que se foram e já vão,
No ritmo do dia mais simples e frenético,
Além do êxtase perdido em sensação,
No descompasso histérico de um coração poético.
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 04/02/2007
Alterado em 04/02/2007