GEOMÉTRICA PROGRESSÃO DE AMOR
Juliana Valis
Um amor no êxtase transcendente
Partiu-se, na flor, em dois brilhos
Em quatro estrelas cadentes
Em oito trens sem trilhos
Em dezesseis furacões de cores
Em trinta e dois fótons de dores
E sessenta quatro rios de sublime paixão
Desembocarão aqui, neste trecho de alma,
Que nem o mar sem calma
Redime ou redimirá...
Um amor na chama do olhar
Partiu-se, na rosa, em dois corpos
Em quatro eclipses de melhor luar
Em oito vendavais de sonhos trôpegos
Em dezesseis terremotos de versos tépidos
Em trinta e duas luas cheias de cor
Em sessenta e quatro tempestades de afeto
Nesse mar sem teto, que transcende a dor...
E, de repente, cento e vinte e oito bilhões de letras num dia
Já nem eram suficientes pra que eu expressasse amor
Sim, confesso, sou bem mais romântica do que deveria
Sou péssima em matemática, e não calculo a cor
Da paixão nos logaritmos da sombra que a paz elevaria
A todo átomo na explosão insigne do idílio em flor
Apenas acredito nos vulcões de versos
Nas erupções que a vida sempre desenhou
A despeito dos números, em nós, dispersos,
Tenho apenas letras na progressão do amor.
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 28/01/2007
Alterado em 29/01/2007