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Amor
ELO LÍVIDO
Juliana Valis
Infinitas cartas de amor não seriam bastantes
Pra eu dizer o que sinto, ao pensar em você,
Escreveria nas nuvens meus versos gritantes
E ainda, assim, não conseguiria mesmo dizer
O êxtase do insigne amor, maior dos diamantes,
Cor que a essência redime, sem saber o porquê,
Inefável dor sem crime, essa pérola lídima da paixão...
Infinitas cartas de amor não seriam suficientes
Pra expressar todo sentimento retido neste meu coração
Em meio aos vendavais dos delírios plangentes
Transcendendo esta paz dos dias que vão
Meu amor, tenho só palavras de afeto
Além do concreto armado em cada estação
E nessas cidades tão sórdidas, sou pobre, sem teto,
Mendigando sombra e luz do inverno ao verão,
Procurando conter este coração inquieto
Que bate só por você, nas angústias que são
Átimos de uma tempestade emocional, atroz,
Neste tempo vil, veloz, do sangue derramado em vão
Por tudo isso, amor, peço-lhe só perdão
E licença, apenas, pra adentrar-lhe a alma
Nestas cenas lídimas de maior paixão,
O amor é elo lívido que nos perfaz sem calma.
---
www.julianavalis.prosaeverso.net
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 28/01/2007
Alterado em 28/01/2007
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