FRENESI
Juliana Valis
Amor, na inefável dimensão dos sonhos,
Entre os mares mais dispersos desta simples vida,
Meus medíocres versos dos ares mais tristonhos
Perdem-se nos labirintos que a paixão convida
A desvendar bem no âmago dos seus olhos trôpegos...
Não, não peça que o sentimento se contenha ,
Aguardando no coração uma efêmera e fluida chama,
Se o sonho clama e chora, na emoção ferrenha,
O que dizer do verso que só sente e ama ?
Tampouco exija explicações lógicas sobre o que se sente,
Pedindo verso ao tempo que nem sequer emana
Um átimo do êxtase que o amor invente,
Além do parco medo na noite mais insana
Meu bem, entre os sonhos, o verbo se reparte
E faz da parte lídima o frenesi que inundo
Até que o sentimento insigne que a paixão já capte
Seja sempre amor no verso mais profundo.
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