RECÔNDITO OLHAR
Juliana Valis
Sempre existe um recôndito olhar
Desenhado na face da inefável dor,
Tão inexplicável quanto o mar
Tão enigmático quanto o amor
Sempre existe um recôndito olhar
Além do frenesi das histéricas horas
Que vão e vêm na onda pendular
Como átimo do sonho pelo qual imploras
E tu, que sempre rimaste a vida,
Como se os versos pudessem, sim, curar
Essa tristeza que te fere em toda lida,
Na certeza de que tudo possa, sim, passar
Minha nossa, sou apenas nada em meu vagar !
Oscilando nas perspectivas mecenas do tempo,
Em busca de sentido pra esse recôndito olhar,
Que só avista além do horizonte e aquém do vento,
Nesta lista de emoções que, invariavelmente, desaguarão no mar.
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 22/01/2007
Alterado em 22/01/2007