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SR. E SRA. NADA (tropeçando pela escada das convenções)
Mr. & Mrs. NIENTE


O Sr. e a Sra. Nada tropeçaram pela escada das convenções

E correram, anônimos, pela encruzilhada

Dos dias que partiram sem explicações,

Questionaram os padrões que esse mundo brada

E foram detidos (sem contravenções ?)...


O Sr. e a Sra. Nada gostavam de pensar e de fazer piada,

Gostavam de sonhos em paraquedismo,

Cantavam ao vento que se vai na estrada,

E desafiavam a frieza do mercantilismo,

Contra a injustiça que no mundo brada,

Desafiaram o universal reinado do Egoísmo,

Confessaram que Nada é perfeito, realmente nada,

E foram pegos na calçada, à beira do cinismo,

Presos em flagrante cantando de mãos dadas,

Cantando sem plateia, fama ou histerismo...


Ah, Sr. e Sra. Nada, qual crime nessa estrada teriam cometido?

O delito de não ter poder, dinheiro ou nome ?

O delito de questionar ou procurar sentido ?

Mas será que temos mais democracia ou fome ?

Que "democracia" é essa, soando ao seu ouvido ?

Aparência de democracia será que vem ou some ?

Será que a luz consome o que não for vendido ?


Só sei que tudo isso é pouco esclarecido

E toda nossa história reside nesse tema,

Questionar os padrões é incorreto ou destemido ?

Enquanto o Egoísmo reinar sem ver problema,

Entre aparências mil de um mundo poluído,

O Sr. e a Sra. Nada ainda estarão cumprindo pena

Pelo fato de não terem com a maioria consentido.



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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 15/03/2012
Alterado em 15/03/2012
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