"Em todos os tempos há duas literaturas que caminham lado a lado, praticamente alheias uma à outra: uma verdadeira e uma apenas aparente. A primeira se desenvolve até se tornar uma literatura duradoura. Feita por gente que vive para a ciência ou poesia, segue seu caminho com seriedade e tranqüilidade, mas de maneira extremamente lenta (...). A segunda, feita por gente que vive da ciência e da poesia, segue a galope, sob grande estardalhaço e balbúrdia dos participantes , trazendo muitos milhares de obras para o mercado a cada ano. Contudo, poucos anos depois nos perguntamos onde elas estão, onde foi parar sua fama tão prematura e ruidosa ?"
ARTHUR SCHOPENHAUER (1788-1860). A arte de escrever. Trad. Pedro Süssekind. Porto Alegre: L&PM, 2005, pp. 134-135.
Embora Schopenhauer, filósofo alemão, tenha escrito o parágrafo supracitado em meados do século XIX, tal citação ainda é plenamente válida para os tempos atuais. Cabe a nós a análise crítica acerca do que lemos. A literatura aparente pode ser mais lucrativa que a verdadeira, mas nunca superará a profundidade de seu conteúdo.