CACHOEIRA DE VERSOS SÓS
Juliana Valis
Versos caem como gotas de nós
Nestes universos das emoções vorazes
Existem cachoeiras de versos sós
Dispersos, únicos, sem fazer as pazes
Versos, versos das sensações unívocas
Sempre mais imersos nas águas loucas
Que guiarão os barcos das emoções equívocas
Enquanto houver tristezas, resmungando, roucas
Versos, versos dos devaneios vãos
Entoarão, dispersos, os sons da vida
Enquanto houver passos marcando os chãos
Em cada vil pegada que o sonho abriga
E, assim, caem os versos sós
Como universos nestas águas ditas
Límpidas por todos nós
Nestas cachoeiras sempre mais benditas.