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NINGUÉM
NINGUÉM



Muito prazer, eu sou Ninguém,

Ando pelas calçadas do tempo,

Corro pelas filas dos sonhos,

Colhendo risos no vento,

Na esperança do bem...


E, contrariamente à lógica

Que essa vida não tem,

Respeito todos os seres

De todos os cantos,

Mesmo sendo Ninguém...


E, assim, prefiro risos a rótulos,

Prefiro a simplicidade sem marca

Que à vida convém,

Prefiro a leveza dos dias

E a sutileza das horas

Que vagam no além...


Prefiro o mistério à mesmice,

Prefiro o inexato à crendice,

E assim me refiro à vida que vai e que vem,

Entre o profundo e a superfície,

Entre os sonhos que a alma nos disse,

Muito prazer, de fato, eu sou apenas Ninguém !


Quero uma colheita de novos sorrisos,

Espero alegria sem padrões descartáveis,

Espero algum dia, em momentos concisos,

Velejar na esperança de emoções viáveis,

Sendo apenas criança, sem grandes avisos,

Brincando com as letras entre ideias instáveis...


E, assim, continuo a caminhada das horas,

Ando pelas calçadas do tempo,

Corro pelas filas dos sonhos,

Colhendo risos no vento,

Na esperança do bem,

Aparando arestas na vida,

Na alma e no pensamento,

Muito prazer, de fato, sou apenas Ninguém.


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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 08/02/2012
Alterado em 17/02/2012
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