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METAMORFOSE DALTÔNICA
Seus olhos azuis-celestes de oceano eterno
São dois mundos que se entronizam no que reluz
Como ouro lapidado entre o céu e o inferno
Em busca da estrela efêmera que é o seu capuz



Seus olhos castanhos-claros de escuridão profunda
São dois mundos que se completam em frações do outrora
Como prata reluzente em êxtase que o passado afunda
Em busca das almas retardatárias que perderão a hora



Seus olhos verdes-cinzentos de esperança cega
São dois mundos gêmeos que nasceram um dia ilesos
Como bronze esmaecido que a cegueira prega
Em busca da liberdade indômita dos que nasceram presos



Seus olhos azuis-castanhos de espelho interno
São dois mundos que refletem a cor de sua alma
Como ouro e prata misturados na estação do inverno
Pra amenizar a plangente dor que só o verão acalma



Seus olhos verdes-claros de pesadelo forte
São dois mundos em labirintos de seqüelas frias
Como prata e bronze transfigurados em vida ou morte
Pra ofuscar a imprevisão das noites e o olor dos dias


Seus olhos azuis-cinzentos de sonho insone
São dois mundos perdidos no espaço do fim constante
Como ouro e bronze disseminados na avidez sem nome
Pra prolongar, enfim, a música que o tempo cante.


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www.julianavalis.prosaeverso.net
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 15/01/2007
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