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DIÂMETRO ONTOLÓGICO
Se fosse possível medir o diâmetro da dor
Se fosse possível medir a inconsistência de tudo
Talvez emergisse soberanamente o amor
E a tristeza se transformaria em escudo
Se fosse possível dividir lágrimas e risos
Entre curtas noites de azar e longos dias de fé
Talvez voássemos como ventos Elíseos
E esqueceríamos o que o destino, em si, quer
Ah, se fosse viável apenas não mais existir
Este corpo que então nos prende à cruz das dores
Talvez fôssemos somente pássaros voando ali
Talvez o ódio se rendesse aos mais sutis amores
Ah, se o dever da existência não nos aturdisse
Como fardo imponente em todo vão momento
Talvez escapássemos de toda a imundície
Talvez dançássemos como dança o vento
Mas apenas o céu desaba sobre as emoções
Enquanto corremos atônitos de nossa própria sina
Ou entoamos as mais lídimas canções
Medindo o diâmetro da dor em cada cor sem rima
Então as estrelas caem como lágrimas do céu
Em meio a um vendaval de sentimentos confusos
Que extraem do amor cada sublime cor sem véu
Medindo o diâmetro da dor em sonhos tão profusos.
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 15/01/2007