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ANÁTEMA
Quisera eu ser apenas vento

Levando a brisa que vai adiante

Para colorir todo vão momento

Como furacão de um breve instante




E como réquiem de ventania

Eu veria o sangue estancar nos risos

Transcendendo a luz de cada dia

Diluindo a cruz em vãos precisos




E estes ventos nos quais habito

Dançariam, céleres, ao som da vida

Desenhando o esboço do infinito

Como grito mudo de um suicida



Ah, eu seria apenas vento

Em todo momento que transcenderá

Esta cruz opaca de pensamento

Nesta luz perdida entre terra e mar.


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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 13/01/2007
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