ÁPICE DO DESCOMPASSO
Olhe para o lado
E veja frente a frente,
com singelo cuidado,
A tamanha injustiça do mundo ...
Veja como seu pranto incauto
Dissolve-se como gota
Na tempestade da insensatez !
E por mais que seus olhos trôpegos
Queiram vislumbrar amor em tudo,
Ainda lhe chamarão de medíocre
Neste descompasso mudo,
E rirão da sua insônia,
Menosprezando a lídima dor
Que assola teu coração anacrônico !
Não, meu amor,
Nada basta ao mundo
Nem o riso, nem a cor
Do precipício profundo
Infelizmente, nada basta,
Nem seu esforço contínuo
Nem sua lágrima incauta
Que vai e que vem
Como pêndulo insone...
Tampouco bastam estas parcas palavras
E a sombra do ser que mediocremente as declama
Enquanto o mundo ronda em suas sinas macabras,
Ferindo no âmago a sensatez de quem ama...
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 13/01/2007