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FALÊNCIA DA SOMBRA AO QUADRADO DE MIM
Minha sombra decretou falência
E minha mente que era tão cheia de versos
Hoje vê os inversos do vácuo vão da existência
Nesta penumbra elevada ao quadrado de mim...
E nem sei quando acordei assim
Não sei como o vento vislumbrou minha face
Roubando cada trecho do distante fim
Imerso na quinta potência do frívolo impasse
Há séculos perdido entre o não e o sim...
Não, eu não posso mais fugir de mim
E negar minha inépcia nesta vã derrota
Em cada sã revolta que se impregna aqui
Como se me olhasse no âmago da alma
E dissesse: idiota, você não confia em si !
Nem multiplica o ardor que acalma
Em cada espaço que se subtrai daqui
Porque você é apenas nada
Somada a tudo que já fez sorrir
Este coração que só sente e brada
Como as ondas que vão dali
Hipnotizando o vento, sem fazer as pazes,
No transcendental tormento das emoções vorazes...
E, por tudo isso, minha sombra decretou falência
Nesta incongruência do começo ao fim
Multiplicada pelo quadrado da efervescência
Que se esvaiu e não olhou pra mim.
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 13/01/2007