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DIALÉTICA
Não há constância na imperfeição

De quem nós somos, de fato

Seremos sempre um coração

Atrás de um sonho sensato



Seremos sempre uma canção

Escondida no cerne do mato

Da essência de quem já fomos



Não há constância na imperfeição

Que a nossa alma lateja

Ao ver as coisas como elas são

Construindo em nós uma igreja

Ou um templo de solidão

Célere, vã, benfazeja ?



Solidão, vácuo de estrelas

Solidão, vácuo de nuvens

E o que nos restará, então,

Desta eterna dialética

Entre o ego e o mundo,

Entre o sentimento e a razão ?



Como se em cada realidade sintética

Houvesse abismo profundo

Separando mente e coração

Sem discernir, porém,

O que é apenas vida

E o que é somente morte



Nesta chama escondida

No silêncio, sem norte

Indicado pela bússola da alma,

Eterna fonte de dúvidas,

Eterno monte de dádivas.

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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 13/01/2007
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