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CORAÇÃO RECÔNDITO
Você se esconde de si
Como se seu coração
Perdesse o fôlego aqui
Em meio às ondas que vão
Em meio ao amor que não foi...
E todo tempo que se afugentou em nós
Neste relâmpago de emoções vorazes
Transformou-se em ventos sós
Sem diluir a dor, sem fazer as pazes
Como trovão desatador dos nós...
Quem ligará para sua dor, meu bem ?
Se as pessoas apenas vão e vêm
Tão preocupadas com a própria sina
Que toda angústia se decompõe sem rima
E toda cor se esvai sem véu...
Então publique um poema no céu
De tal modo que nunca mais exista
Esta sombra de um êxtase de escarcéu
Equilibrada como malabarista
Das emoções como síncopes de amores sós...
E, assim, você verá que o vento
Transformar-se-á em furacão voraz
Neste seu recôndito coração que faz
Estremecer os átimos de sentimento
Nos terremotos entre a guerra e a paz.
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 13/01/2007