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CRONÔMETRO
Um dia se perde em meio às perdas das horas

Enquanto os minutos se dissipam com o vento

Enquanto os segundos correm, sem demoras

O mundo te rouba o sentido e o sentimento





Uma noite se perde em meio às perdas das horas

Enquanto os minutos embotam teus sonhos

Enquanto os segundos blasfemam, tu choras

Correndo sempre de ponteiros medonhos





Ah, se tua alma, ao menos, cronometrasse

O tempo perdido em cada insano deleite

E o tempo sofrido em cada hora de impasse

Teu destino não seria este frívolo enfeite






E se teu coração, ao menos, cronometrasse

Os minutos de dor em cada amor sem resposta

E os minutos, sem cor, de cada sonho que nasce

Talvez não perdesses a vida na mais vã aposta



Mas teu espírito, de fato, não esperou que o tempo

Voasse, tão célere, em busca de um fim

Que acalmasse apenas os furacões de momento

Furacões que entristecem tua mente, assim






Tampouco tinhas alguma vaga noção

De que, um dia, o tempo te transformasse em mim

Revelando emoções, assim, como são

Os menores trechos da alma onde começam teu fim .
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 12/01/2007
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