Equilibram-se com ardor os nefelibatas
Na linha etérea e tênue da vida
Trapezistas, malabaristas, acrobatas
Lutando contra o mundo injusto e desigual

Convivem sempre com a dor os nefelibatas
Nas nuvens da miséria humana
Enquanto os luares dos poucos magnatas
Mergulham na palhaçada insana

Mas, céus, são bilhões de nefelibatas
Alimentando-se da própria dor
Excluídos do jardim do Éden
Sem perspectivas de nenhum favor ...

E de tempos em tempos, as chibatas
Que gritam, histéricas, sem nenhum pudor,
Açoitam nossa recôndita alma de nefelibatas,
Cada vez mais famintos de justiça e amor .