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POEMA-ÁGUIA
Não procure rima

Não busque métrica

Nem prosódia exata

Nem um quê de nexo

Nestas linhas trêmulas

Que se transfiguram

Como réquiens incólumes

De uma estação da alma




Pois aqui temos

Um poema embriagado

Hipnotizado, em versos,

Por uma sensibilidade

Sem sombra e sui generis,

Indelevelmente imersa

Na intrepidez das letras



Trata-se, portanto,

De um poema-águia

Cujas asas trôpegas

São apenas sonhos

Sobrevoando, pasmos,

A imensidão do céu

Em perspectiva cósmica

E sem estrelas guias



Ou, talvez, um poema-peixe

Nadando nas profundezas

De um oceano emocional

No qual o tempo, em si,

Seja tão-somente onda

Eletromagnética de sentimento



Por tudo isso,

Não procure lógica

Neste poema insone,

Neste poema-vácuo

Que se esvaiu

E naufragou, assim,

Sem temer o tempo

Sem correr do vento

Sem olhar pra mim.
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 03/01/2007
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