SUPERFICIAL
SUPERFICIAL
Queria ouvir pelo menos uma voz no mundo
Que confessasse ser humana, breve e parcial,
Que tirasse essa máscara do que é "profundo"
Sem criar o arquétipo "superficial",
Mas o que nos sobra é mesmo o absurdo
Parêntesis humano sem ponto final...
Acusam-me de ser paradoxal
Sem nunca terem me conhecido,
Acusam-me, de fato, bem ou mal,
De ser sempre o voto vencido
Contra a realidade desigual,
Violenta e sem sentido...
Eu sei, seria bem mais fácil fingir não ver,
Seria mais cômodo não dizer nada,
Seria mais prático sucumbir na estrada
E concordar com tudo, mesmo, mas por quê ?
Ah, queria ouvir pelo menos uma voz no mundo
Que confessasse ser humana, breve e parcial,
Que tirasse essa máscara do que é "profundo"
Sem criar o rótulo do "superficial",
Mas o que nos sobra é mesmo o absurdo
Parêntesis humano sem ponto final.
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 19/11/2011
Alterado em 27/11/2011