SOMBRAS DO TEMPO
SOMBRAS DO TEMPO
Hoje vejo o tempo rindo, com seu charme,
Projetando sombras que se vão na estrada,
Quando a mente clama ao céu que nos desarme
E nos aqueça enquanto o sol nos brada,
Enquanto a vida canta, sem qualquer alarme,
Dançando sem receio do que seja "o nada"...
Ouço o tempo rindo sem parar,
Rindo, pelos ventos, de qualquer segredo,
Rindo pelos cantos entre céu e mar,
Rindo até dos prantos e do grande medo,
Rindo do mistério que possa desaguar
Em toda incerteza que chega tarde ou cedo...
E, assim, o tempo corre, rindo com seu charme,
Ri da presunção humana pela estrada,
Ri de tudo feito em osso, vento e carne,
Ri do pensamento que a memória brada,
Ri da própria História que o luar desarme,
Dizendo: "nada fui, não me apeguei a nada,
e toda soa como alto alarme"...
Eu sei, o tempo ri sem qualquer critério,
Sem qualquer lógica que possa se explicar,
E esse seu sorriso é mesmo um caso sério,
Uma estrela eterna brincando de luar,
E, ao vê-la, ouço seu maior mistério
Ecoando a vida além do que restar.
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 11/11/2011
Alterado em 12/11/2011