CONTAGEM REGRESSIVA
DEZ, NOVE, OITO...
O ano que se aproxima
Célere e tão afoito
Talvez só admita rima
Tomara que só reflita a paz,
Com todo amor que vem de cima,
Com todo ardor que a vida traz
SETE, SEIS, CINCO...
O ano que vai embora
Exigiu tanta garra e tanto afinco
Para driblar a dor da hora,
Em meio às cruzes do mundo,
Em meio ao canto que chora
Neste soluço profundo
De quem deseja o melhor
QUATRO, TRÊS, DOIS...
O ano que rapidamente vem
É como onda que nós
Escolhemos entre o mal e o bem,
Enfrentando cada barco atroz
Nos oceanos que a leviandade tem,
Em meio às lágrimas que nos deixam sós,
Em meio aos cantos que entoa alguém
UM...
Sim, um outro ano nasce
E crescerá dentro de nossa alma,
Reproduzindo o verso em seu disfarce,
Como verbo que acalenta e acalma
Esta multidão de anseios neste tenro enlace
Entre a sombra do passado e o reflexo do futuro,
Neste porto seguro que se chamará: amor...
Então já não bastará dizer apenas
Feliz ano velho como se diz "bom dia"
É preciso inovar para vencer problemas
É preciso refletir a luz de uma alegria
Que se conquista em doses tão amenas
Superando o vácuo desta cruz vazia.
Definitivamente, já não basta
Dizer feliz ano velho, repetindo equívocos,
E reproduzir a mesmice que a dor contrasta
Em sombras nos caminhos biunívocos
Da vida, em suas veias transcendentes...
E, por tudo isso, desejo-lhe tão-somente
Que faças realmente novo o próximo ano,
Que faças alguém sorrir como átimo de um presente
Entregue a cada dia, sem sangue e sem engano.
E, assim, terás um ano mais que novo,
Terás, de fato, a cor de toda lida
E não ficará apenas no retrato em lodo
O traço que teu sorriso desenhou em vida.
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 31/12/2006