Muitas vezes queremos o inverso de nós mesmos,

O inverso de tudo que projetamos ser,

Como crianças perdidas em máscaras adultas padronizadas,

Crianças brincando de parecerem sérias, atraentes e grandiosas,

Disseminando como "verdades" opiniões que não são nada além

De meros (e corriqueiros) pontos de vista...  


Nossas conclusões dependem de nossos pontos de partida,

Como toda vida é reflexo da subjetividade humana,

Como este texto é apenas um ponto de vista, entre tantos outros,

Igualmente suscetíveis de qualquer crítica...


Pois, às vezes, temos tanto medo de sermos nós mesmos

Que projetamos o reflexo de outra pessoa,

Projetamos no espaço sentimentos que não temos,

Criamos personagens no teatro do mundo,

Por receio profundo do desprezo alheio...


Mas se aceitássemos que existem inúmeros pontos de vista,

Se tivéssemos a flexibilidade de respeitar as diferenças

Entre os infinitos modos de viver, aqui ou ali,

Se não tentássemos padronizar tudo em limitadas crenças,

Muitas desavenças deixariam de existir,

Entre acertos e deslizes, memórias e histórias,

Na breve trajetória de nossa tênue vida.


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