PRECISO (DO IMPRECISO)
por Juliana S. Valis




Preciso de desafios pra me sentir viva,

Preciso de rios que transpassem meus dias,

Além de cada ilusão furtiva,

Além de aparências e de máscaras frias...


Preciso da criatividade, rápida e plena,

Preciso da luz que invade essa vida,

No impreciso caminho da alma serena,

No aviso fugaz que a mente elucida...


E, de repente, a verdade pergunta ao mistério:

Qual será o sentido de toda a existência ?

Esse mesmo sentido explicará a ciência ?

Ou será sempre esse enigma, cômico ou sério ?


E o silêncio responde sem dizer quase nada,

O silêncio propõe a expansão dos sentidos,

Enquanto a lágrima e o riso se tornam amigos

E se mesclam, eternos, na pergunta que brada !


Sim, eu preciso mesmo é do impreciso,

Minha consciência se alimenta das abstrações,

Não gosto de nada exato, imutável, conciso,

Gosto mesmo é do enigma das emoções.


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