POEMA INSONE
POEMA INSONE
por Juliana S. Valis
Meu poema se apaixonou pela insônia,
E agora ela não deixa esse poema em paz,
Ainda que eu passe altas horas escrevendo
Um delírio a menos, um verso a mais,
A insônia bate à porta me dizendo:
Onde está aquele poeminha loquaz ?
E toda noite eu respondo à insônia, assim:
Esse poema que você procura não tem nome,
Ele viaja pelas estrelas na madrugada sem fim,
Ele beija a lua de modo intenso e insone
E eu vejo sua sombra na outra face de mim !
Mas a insônia nunca entende nada,
Ela apenas faz piada do modo que passo
Horas e horas, na madrugada, tentando dormir,
Horas procurando o melhor compasso
Pra fechar os olhos e deitar aqui...
Ah, Insônia, deixe esse poema dormir de uma vez !
Deixe-me deitar e sonhar com algo além
De contas a pagar, no verso que não tem freguês,
E acordar em outro universo, muito e muito bem,
No universo da felicidade e de seus porquês,
No universo da luz que todo amor contém...
E enquanto meu poema, de fato, não dorme,
Arrumo os lençóis e os travesseiros,
Espero sonhos certeiros, entre tudo e nada,
Como um verso mudo na madrugada,
Esperando o calor da próxima manhã...
Eu até queria escrever mais alguma coisa,
Alguma coisa alegre, divertida ou vã,
Queria escrever, de fato, mas por quê ?
Porque faço enlouquecer meu poema, afinal,
Anda I really need to sleep now,
Sorry, but I really need...
To sleep
Now.
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 05/12/2010
Alterado em 06/12/2010