PROCURANDO SENTIDO
por Juliana S. Valis



Às vezes, acordamos procurando um motivo

Pra vivermos mais um dia, com algum sentido,

Procurando o sorriso mais vivo

Que faça da alma o abrigo...


E teríamos muito o que dizer se soubéssemos

Diluir sonhos na forma de versos,

Como amores que vagam dispersos,

Buscando algum planeta distante...


E quanto mais procuramos a gritante saída,

Mais encontramos outras perguntas sem resposta,

E respostas sem perguntas na vida,

Entre dúvidas e dívidas de aposta

No labirinto de qualquer despedida...


Assim, estamos continuamente procurando

Indícios sólidos de felicidade,

Muito embora não saibamos quando

Ela virá, de fato, cedo ou tarde,

Sem medo ou alarde, procurando

Pistas reais da felicidade...


E ainda teríamos muito o que supor e dizer

Se soubéssemos, lá no fundo, a verdade,

E o sentido exato de todo o porquê

Relativo à dura realidade,

Mas quando acordamos, queremos saber:

Qual será o caminho da felicidade ?

Estamos procurando sentido pra responder

Toda essa dúvida que nos invade ?


Ah, Talvez pudéssemos bater à porta

De qualquer sonho sem porta, desmoronando em falácias,

Talvez pudéssemos construir castelos no ar, procurando

O denso mar de todas as hipóteses,

Onde a vida fluiria em tudo o que há

De humano, de abstrato e discreto,

Como um refúgio de luz, sem pensar

Em tudo o que é triste, de longe ou de perto,

No paraíso da alma transformando-se em mar,

Numa ilha distante do pensamento deserto !


E, de novo, acordamos procurando um motivo

Pra vivermos mais um dia, procurando sentido,

Quando a luz reflete algo vivo

Que faça a alma, enfim, despertar.



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