UNI(VERSOS) SEM FIM
Uni versos sem fim
Na vastidão do espaço,
E, no compasso do sonho,
Desabei em mim,
Na felicidade, assim, de nadar
Contra a correnteza cósmica
De qualquer clichê...
E nada disso tem lógica ?
Ah, dane-se a lógica !
Dane-se a estética
Das coisas padronizadas !
Pois é muito visível a falta de ética
De tanta gente sem alma
E de tanto cinismo, sem calma,
Vestindo falsas "verdades"...
E, apesar das calamidades e dos vícios,
Uni versos sem fim no mar dos universos,
Entre sonhos dispersos de almas e artifícios,
Construindo edifícios nos céus imersos,
E arranhando os véus de todos os suplícios,
Quando voam céleres todos os meus versos !
Voem, versos, viajem muito além
De todas as pseudo-verdades dessa vida,
Como pássaros - letras que não se contêm
Com qualquer rótulo e qualquer medida,
Voem sempre, pelo próprio bem
De não terem a alma vendida
E a consciência perdida
Nas aparências mil...
Voem, versos, voem com certeza,
Pelos céus dispersos do que realmente é
A vida, sem ondas de avareza,
Em toda a sutileza do pensar,
Porque é mais fácil deixar-se levar
Pelos outros e pela maré
Do que ter a coragem de nadar
Contra uma forte (e autoritária) correnteza.
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 14/11/2010
Alterado em 14/11/2010